26/02/2024 às 20h03min - Atualizada em 27/02/2024 às 00h00min

“Ninguém quer se aproximar da Americanas”, diz Bruno Corano, sobre a repercussão das notícias em Wall Strett (EUA) sobre a empresa

assessoria de imprensa Bruno Corano
Bruno Corano
Bruno Corano
“A Americanas se tornou um grande imbróglio. E não só para ela própria, mas para as empresas envolvidas, para os gestores, para os bancos que concediam crédito. O caso impactou todos e também, de certa forma, na credibilidade de alguns negócios do setor em que a companhia está inserida e no Brasil.

Aqui no mercado de Wall Street, em Nova York (EUA), a percepção é de que essas coisas podem acontecer, mas não deveriam acontecer. É preciso lembrar que a Enron que foi uma das maiores falências provenientes de fraudes contábeis de que temos notícia.

O que chama atenção para a Americanas é o grande questionamento: se realmente ela vai conseguir se reestabilizar, se recuperar, ou não. Se a resposta for não, vemos apenas um prolongamento, eu diria, desnecessário, e que pode ser até mais nocivo.

A situação da gigante varejista não é nada boa, porque a empresa ainda não demonstra o nível de governança e transparência mínimo necessário quando o seu próprio auditor se nega a opinar sobre o tema.

Por aí já se mede quão séria está a situação. Lembrando também que falências anteriores como a da Enron quebraram, na época, a Arthur Andersen. Ela literalmente desapareceu, já que a empresa, uma das maiores consultorias do mundo, foi comprada pela Deloitte em razão dessa fraude.
Ninguém quer se aproximar da Americanas porque todos que estão próximos acabam se contaminando: a auditoria os bancos que emprestam dinheiro, os fornecedores, que têm risco de não receber, os funcionários, que correm o risco de perder o emprego.

Trata-se de uma empresa doente que ainda não mostra se tem cura ou se vai morrer”.

 
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