30/09/2024 às 11h07min - Atualizada em 30/09/2024 às 16h00min

Juliana Trimer estreia solo inédito no Brasil de francesa Andréa Bescond

Com direção de Lisa Eiras, a montagem traz uma bailarina que encontrou na dança meios de transformar suas dores em expressividade e acolhimento

RICARDO OLIVEIRA
Fuga Produções e Comunicação
Bernardo Schlegel
 

Protagonizado por Juliana Trimer, o solo ‘As Cosquinhas ou a Dança da Raiva’ é um mergulho nas memórias de Odette, uma bailarina que, durante uma sessão de terapia, revisita momentos de sua vida e se aventura numa delicada e profunda jornada de como a dança lhe ajudou a ressignificar um abuso sexual sofrido na infância. Trata-se da primeira montagem brasileira do premiado espetáculo francês escrito e protagonizado por Andréa Bescond, com direção de Lisa Eiras.

Assim como a peça original, o espetáculo combina teatro e dança para construir uma narrativa delicada e bem-humorada sobre a potência transformadora da arte. Em cena, além de Odette, Juliana interpreta outras cinco personagens que se revezam entre as memórias da protagonista. A encenação acontece de forma que o jogo criado em cena é construído apenas pela atriz e uma cadeira, e convida o espectador a explorar a imaginação de forma lúdica. 

'Estar sozinha no palco também é um símbolo de como a própria Odette experiencia a solidão desse conflito. A minha história é um pouco diferente da dela, mas carrega muitas semelhanças, como a minha saída de casa para me tornar artista, o balé clássico na infância e a negligência de parte dos meus familiares ao tomarem conhecimento da violência que sofri. O texto traz esperança e um olhar muito corajoso para a dor, tudo isso passando também por momentos de humor. É uma maneira muito equilibrada de falar de assuntos tão delicados. A gente tira o protagonismo do abusador e do abuso em si e o transfere para a jornada pessoal que existe em olhar para si mesma', afirma Juliana.

A ideia de montar o espetáculo nasceu em 2019 depois que Juliana assistiu ao filme ‘Inocência Roubada’, adaptação do texto original para cinema. ‘Eu lembro de ter saído do cinema leve. A temática poderia ter sido um gatilho pra mim, mas senti que, ao invés disso, o filme me deu uma nova percepção sobre o que vivi, bem mais acolhedora e conciliatória comigo mesma. E é essa a percepção que eu quero levar para outras pessoas com esse projeto a partir de agora’, relata a atriz.

Inspirada na vida da própria autora, a obra estreou na França em 2014, e foi ovacionada pela crítica ao receber importantes premiações como o Prêmio Molière de melhor solo. Dez anos após sua estreia, a peça encontra eco na intenção de Juliana de contar essa história também nos palcos do Brasil, com uma equipe criativa inteiramente feminina. 

A diretora Lisa Eiras enxerga a peça como uma proposta de superação. ‘Eu acho que a arte pode apresentar, assim como a dança foi pra personagem, uma alternativa de como lidar com a dor. Acredito no teatro como um lugar potente para apontar caminhos possíveis para seguir em frente, expandindo nosso imaginário’, declara Lisa.

O tema do projeto joga luz ao alarmante número de abusos que acontecem no Brasil. Segundo o Fórum de Segurança Pública, 4 crianças são abusadas a cada hora no país, sendo 51% delas crianças entre um e cinco anos. Do total de casos, impressionantes 69% ocorrem dentro de casa.

Algumas sessões do espetáculo incluirão intérpretes de libras para dar acessibilidade a pessoas com deficiência auditiva. Serão realizados também bate-papos sobre a montagem aos quais os dias e horários deverão ser consultados no perfil do Instagram (@ascosquinhas).

'Meu sonho é que a gente fale cada vez mais sobre educação sexual preventiva para ajudarmos a defender nossas crianças. Eu acredito muito que podemos falar sobre sexualidade e sobre abusos de forma mais aberta, mas, principalmente, proteger essas crianças que não tem ferramentas para fazer isso', conclui Juliana.


SINOPSE

Odette (Juliana Trimer) é uma bailarina que, durante uma sessão de terapia, mergulha nas próprias memórias e reconstrói com leveza momentos que fizeram parte de sua história, se aventurando numa delicada e contundente narrativa de como a dança lhe ajudou a ressignificar um abuso sexual sofrido na infância.

 

FICHA TÉCNICA

Com Juliana Trimer

Texto: Andréa Bescond

Direção Artística: Lisa Eiras

Direção de Movimento e Coreografias: Camila Fersi

Tradução: Ângela Leite Lopes

 

Idealização e Coordenação Geral: Juliana Trimer

Coordenação de Projeto: Bernardo Schlegel 

Direção de Produção: Felipe Valle

 

Iluminação: Lara Cunha

Cenário e Figurino: Marieta Spada

Trilha Sonora: Claudia Castelo Branco

Preparação Vocal: Reynaldo Lopes

Participação em Audio: Thelmo Fernandes e Lisa Eiras 

 

Assessoria de Comunicação: Fuga Produções e Comunicação 

Social Media: Bernardo Schlegel e Bruna Macaciel

Fotografia: Bernardo Schlegel

Projeto Gráfico: Davi Palmeira

Captação de Apoios: Bruno Paiva

 

Realização: Agência Botão Cultural

 

SERVIÇO

 

AS COSQUINHAS OU A DANÇA DA RAIVA

Data: 03 de outubro a 03 de novembro (exceto dias 24 a 27 de outubro) Dias da semana: De quinta a domingo

Horário: Quinta a sábado, às 19h | Domingo, às 18h Local: Teatro II do Sesc Tijuca

Ingressos:

R$ 7,5 (associado do Sesc), R$ 15 (meia-entrada), R$ 30 (inteira), Gratuito (PCG) Endereço: Rua Barão de Mesquita, 539, Rio de Janeiro - RJ

Informações:

Bilheteria - Horário de funcionamento: Terça a sexta - de 7h às 19h30; Sábados - de 9h às 19h

Domingos - de 9h às 18h. Classificação indicativa: 16 anos Duração: 60 minutos

Lotação: 45 lugares Gênero: Drama



 

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JOSÉ RICARDO BATISTA OLIVEIRA
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